De que ri, senhor?

Foto : Patologista

De que ri ele?

-Da falta de soluções para fazer o país crescer?

-Do constante crescimento do número de desempregados?

-Dos jovens que ficam a viver em casa dos pais por falta de soluções para começar uma vida própria?

-Do aumento dos emigrantes, gente de vida adiada, que deixa tudo para trás em busca de um emprego com que possam pagar a casa e a comida dos filhos?

-Ou rirá ele da miserável sobrevivência dos reformados, com pensões que mal chegam para os medicamentos?

-Não, já sei, ele está a rir ao pensar nos milhões que poupou ao fechar as urgências nas terras mais isoladas e que mais precisam delas. Será?

-Talvez ria da sobranceria com que afirma desconhecer as leis que criou, justificando assim o seu incumprimento.

- Ou então, está a pensar nos candidatos do PSD, e já se imagina a governar por muito mais tempo.

Cá para mim, é um pouco de tudo. E muita inconsciência. Muita arrogância. Muito discurso cheio de palavrões como "sucesso", "progresso", "mudança", e tão vazio de ideias e sentimentos.

E será que algum dia vamos ser nós a ter vontade de rir?