quarta-feira, 30 de junho de 2010

A lenta agonia da Imprensa

Ben Harper em Vilar de Mouros

Joe Berardo no Baile das Vindimas, Douro

Festa Revista Eles e Elas

Fotos : Egidio Santos
Cliente: 24 Horas


Saiu ontem para as bancas a última edição do jornal "24 Horas", pertencente ao grupo Controlinveste, de Joaquim Oliveira. Segundo a administração houve uma "profunda alteração estrutural do mercado de imprensa", que "exige decisões estratégicas que conduzam a novos modelos de negócio". Palavras tipicas de gestores para justificar mais despedimentos.
O jornal vendeu no 1º trimestre deste ano metade do que tinha vendido em igual periodo do ano transacto. E o que mudou? A mim, que colaborei durante alguns anos, ainda que de forma pontual e irregular com este periódico parece-me que o que mudou foi a forma de os gestores verem os jornais. Para a administração da Controlinveste, os jornalistas parecem ser algo dispensável na produção de jornais, só em 2009, mais de 100 jornalistas foram despedidos deste grupo (que além do 24, tem o Jornal de Noticias, Diário de Noticias, Jogo e TSF). No caso do 24 Horas, toda a redacção do Porto e vários jornalistas de Lisboa foram despedidos em 2009. Ora, sem jornalistas parece-me dificil fazer um jornal, e como tal a qualidade das reportagens decaiu de forma óbvia e por isso é normal que o jornal venda menos. Se Joaquim Oliveira não perceber isto, não sei o que acontecerá aos outros orgãos de comunicação do grupo, que já fazem parte da história da imprensa em Portugal.
O 24 Horas sempre foi um jornal popular e tablóide, mas tinha o seu mercado e era feito de forma aplicada por todos os que lá trabalhavam, mesmo quando não gostavam do que estavam a fazer. No meu caso fiz um pouco de tudo, desde crimes a acidentes de viação, de festas de jet-set a concertos. Apanhei grandes secas em algumas reportagens, diverti-me noutras, e aprendi alguma coisa em todas. Deixo aqui três fotos que fiz ao longo dos anos para o 24: a primeira, de um concerto de Ben Harper em Vilar de Mouros, a segunda, de um Joe Berardo eufórico no Baile das Vindimas do Douro e a última de uma das festas de Jet-set que fotografei, que me fez lembrar as imagens de Diane Arbus (imagino o que Diane Arbus conseguiria fazer nesta festa!).
Fica daqui um abraço para os meus colegas que ficaram sem emprego. Mais alguns a juntar ao longo role dos últimos anos.

1 comentário:

Lara disse...

Bem apanhada a foto de joe berard eheh ...